Moro em São Paulo! E agora?
Capitulo 22
È Deus novamente
Assim que minha mãe saiu para trabalhar, levantei-me, fui até o portão para trancá-lo. Fui até o quintal, peguei minha lata de cola e comecei minha rotina.
Novamente meu mundo ganhou cor.
O não se ouvia mais o silencio.
Minha mãe em seu trabalho começou a ficar angustiada, até que não agüentando mais começou a chorar.
Nem ela sabia qual era o motivo daquele choro... Mas chorava de molhar toda sua face.
Eu em casa estava animado com minhas visões e conversava sem parar com as vozes. Na parede eles me mostravam umas imagens lindas de paisagens, de lugares de todo o mundo. Prometia-me que iriam me levar lá.
Então estava super feliz.
Ao contrario de minha mãe que cada vez mais chorava.
Logo minha conversa animada, do nada acabou... Sem perceber eu estava acordando.
Havia desmaiado. Tinha caído no chão por causa da inalação da cola. Tava fraco, me sentindo tonto, abri os olhos devagar e vi vários vultos estranhos me olhando e falando com vozes conhecidas...pronto ele acordou.
Levantei-me e continuei ali cheirando a cola e vivendo minha vida medíocre.
Não pensava em nada. Apenas estava ali. Tudo o que eu tinha era aquelas vozes e aquelas visões. Pensava eu.
Não sei dizer quanto tempo depois... Novamente tudo começou a ficar escuro... Ai de fundo apenas podia ouvir “agora ele vai... agora ele morre...”
Quando abri novamente os olhos vi minha chorando ao meu lado... Tirando a cola que ainda estava na minha boca. Mesmo morrendo eu não parava. Minha mãe tentou me levantar, mas não tinha força... Não consegui.
-Deixei-me aqui mãe! Eu não consigo!
Minha mãe entrou pra dentro de casa e me deixou deitado no chão do quintal.
Com certeza ela foi pra dentro para orar, pra pedir a Deus força pra agüentar ver seu filho ali quase morto por causa da droga.
Ela havia chorado tanto que seu patrão a mandou voltar pra casa pra descansar. Chegou mais cedo naquele dia.
Na verdade ela foi enviada por Deus pra me salvar de novo da morte.
Assim que consegui reunir força pra me levantar... Podia ainda ouvir as vozes dizendo... ”nossa pensei que você ia morrer”.
Sempre que acabava o efeito da droga as vozes também ia embora. Mas naquele dia elas não foram!
Continuaram comigo mesmo após o meu banho, mesmo após o meu jantar, mesmo durante o meu sono.
Já não precisava mais da cola pra ouvi-las. Tava ouvindo naturalmente agora.
terça-feira, 12 de maio de 2009
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